Onde encontrar um produtor de biografias? Quem me ajudaria a escrever um texto avulso – um artigo, uma resenha, uma correspondência, um resumo?
Você acaba de encontrar! A Iva Histórias se dedica exatamente a isso: ouvir a história e transformá-la em um livro que seja belo e absolutamente representativo e, também, redigir textos para finalidades individuais e específicas. No site, você verá exemplos deste trabalho. Conheça.
Sou Adriana Beretta e Iva é o nome da minha querida avó materna. A vó Iva olhava as coisas por uma perspectiva diferente, muito dela. Quando ela contava alguma coisa que tinha acontecido com um de nós, acrescentava na história uma coisinha aqui, tirava outra dali, dava uma enfeitada e, de repente, aquilo que tinha acontecido comigo ficava mais fácil, mais divertido, mais dramático, maior ou menor do que eu me lembrava. Ela era expert na arte de conversar. Não falava por falar. Não desperdiçava assunto. Parecia quieta, mas observava (mesmo quando perdeu a visão) e ouvia como ninguém. Tinha um senso de humor único, daqueles que vêm numa sacada espontânea, no meio da conversa e que faz a gente chorar de rir, sabe? As histórias contadas por ela eram sobre pessoas e para pessoas.
Falava do que conhecia e vivia no dia a dia e gostava de saber o mesmo dos outros.
Herdei muito da minha avó (que partiu muito cedo, aos 66 anos) e da minha mãe, que tem o jeito incrivelmente parecido com o dela. Gosto muito de histórias; ouço e entendo o que me contam desde que me conheço por gente. Já o gosto pela escrita, por idiomas e meu amor confesso pela Língua Portuguesa vêm desde a alfabetização.
Sou de 73. Preencher intensamente a lacuna que a falta de tecnologia deixava nos anos 80 (que a gente não sabia que existia) indo a lugares e ao encontro das pessoas fez parte da minha vida. Minhas amigas e eu éramos clientes fiéis dos Correios.
Nos correspondíamos por carta não só porque era o jeito de diminuirmos a distância, mas porque adorávamos escrever e valorizávamos o ato de tratar bem a palavra.
Era uma época que acumulávamos coisas. Na estante da minha casa não podia faltar Enciclopédia (confiávamos mais na Enciclopédia Tudo), dicionário (para nós, era o Aurélio) e gramática (definitivamente, a do Faraco e Moura). Muitos pais daquela geração assinavam o Círculo do Livro. Todos os meses, o carteiro chegava lá em casa com uma caixa maravilhosa cheia de clássicos da literatura nacional e internacional. Eu e meu irmão sentávamos no chão enquanto a mãe e o pai, empolgados, abriam a caixa com cheiro bom. Eles reclamavam se havia algum repetido, mas liam todos. Até esses.
Minha mãe, professora desde moça, se formou e se especializou em Língua Portuguesa, Brasileira, Inglesa e Literatura. Seguiu a vida adquirindo novas obras, emprestando outras, perdendo muitas. Por influência dela, minha instrução foi direcionada.
Escrever é um hábito que faz parte da minha trajetória e que acabou facilitando muito a vida acadêmica e executiva. A ideia de tornar a escrita um meio de vida sempre rondou meus planos, mas só passou a ser o caminho com a chegada dos meus dois filhos. Quando eles estavam com 3 e 4 anos, precisando da minha presença, percebi que era a hora e a Iva Histórias foi criada. Obrigada, vó Iva!